Página:A escrava Isaura (1875).djvu/92

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agaloado, perfumado, e o que mais é, — acrescentou batendo com a mão na algibeira, — com as algibeiras sempre a tinir. A Rosa, que tambem é uma rapariguinha bem bonita, bebe os ares por mim; mas coitada!... o que é ella ao pé de você?... Enfim, Isaura, se você soubesse quanto bem te quero, não havias de fazer tão pouco caso de mim. Se tu quizesses, olha... escuta.

E dizendo isto o maroto do pajem, avisinhando-se de Isaura, foi-lhe lançando desembaraçadamente o braço em torno do collo, como quem queria fallar-lhe em segredo, ou talvez furtar-lhe um beijo.

— Alto lá! — exclamou Isaura repellindo-o com enfado. — Está ficando bastante adiantado e atrevido. Retire-se daqui, senão irei dizer tudo ao senhor Leoncio.

— Oh! perdoa, Isaura; não ha motivo para você se arrufar assim. E’s muito má, para quem nunca te ofendeo, e te quer tanto bem. Mas deixa estar, que o tempo ha-de-te amaciar esse coraçãosinho de pedra. Adeos; eu já me vou embora; mas olha lá, Isaura; pelo amor de Deos, não vá dizer nada a ninguem. Deos me livre que senhô moço saiba do que aqui se passou; era capaz de me enforcar. O que vale, — continuou André comsigo e retirando-se, — o que vale é que neste negocio