— Não fica bem uma senhora sair só...
Ruth contemplou-a, estupefata.
— As más línguas falam. O palácio de Petrópolis está pronto?
— Está quase pronto. Nós vamos para lá este ano.
— Em quantos contos está ?
— Não sei, não, senhora...
— O dr. Gervásio vai também ?
— Acho que não.
— Hum... Quando se casa a Nina? ainda não haverá por lá alguém de olho ?
— Pra Nina ? não, senhora.
— Seu pai não há de gastar pouco, agora, para este baile, hein! Diz que estão reformando tudo! é verdade?
Inocentemente, Ruth contou o que se passava em casa; a intervenção do médico na escolha dos aparatos, as cores do toldo de cetim do terraço, as pinturas da sala de música, os lavores dos jarrões para o vestíbulo...
D. Itelvina ouvia, sem interromper a narração de Ruth, que ela animava a prosseguir com um gesto de interesse ávido. No fim, concluiu com um sorriso torto:
— Têm dinheiro, fazem muito bem em gastar.
Nisto bateram à porta. Sancha moveu-se