Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/175

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como aqui, lá também ainda ninguém lhe pôs o pé.

— Entretanto o Rodrigo lá se foi atrás dela e por lá ficou.

— E lá ficará para todo o sempre, é o que lhes digo e é o que há de suceder a todos os que tiverem o arrojo de lá querer chegar.

Entretanto, no meio destas e outras conversações, os pescadores olvidados de suas ocupações passeavam de contínuo olhares curiosos e investigadores por toda a superfície do oceano que com a vista podiam alcançar. Roberto e Ricardo, especialmente, pouca atenção prestando ao pairar incessante de seus companheiros, não despregavam os olhos dos rumos da ilha maldita.

À medida que o sol ia se remontando no horizonte, as névoas matinais foram se dissipando, e as cerúleas campinas do oceano ligeiramente enrugadas por uma brisa de nordeste se apresentaram banhadas de viva luz até os seus mais remotos confins. Começou então a desenhar-se distintamente aos olhos dos pescadores o sinistro fantasma da ilha misteriosa na extrema do horizonte e no mesmo ponto em que fora vista na véspera. Figurava um cômoro roxo escuro circundado de alvo cinto de espumas, como uma ametista atufada entre flocos de arminho.

— Ei-la acolá! Estão vendo agora? — bradou o