Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/176

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que primeiro a tinha avistado. — Lá está a ilha.

— É ela! É ela! — exclamaram todos. — Lá está e no mesmo lugar.

— É ela, esta noite felizmente não vogou; ainda bem, mas o pior é que por esse rumo não vejo nem sombra de embarcação.

Era já quase meio-dia e nem vela, nem sinal algum de barco se via no horizonte. Roberto não teve paciência para esperar mais tempo.

— Vou procurar meu irmão — disse saltando dentro de seu barco. — A ilha é aquela mesma, bem a conheço, mas seja nuvem, ou sonho, parcel, rochedo ou o palácio do diabo, se ela não soverter-se debaixo das águas, ou não voar pelos ares, hei de lá chegar, e vivo ou morto hei de encontrar meu irmão.

Em vão os pescadores se esforçaram por demovê-lo de tão insensata empresa; a nada atendeu o temerário moço. Desamarrou silenciosamente o seu barco, içou a vela, manobrou o leme, e fez-se ao largo.

— Vai, meu irmão, vai procurar e salvar, se ainda é tempo, o nosso irmão — disse-lhe Ricardo. — Se dentro em 24 horas não estiveres de volta, eu lá irei procurar-vos. Adeus, Roberto!

— Adeus, Ricardo.

— Que doidos são estes moços! — murmuravam