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Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/211

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tendo por sentinelas as rochas inacessíveis e as vagas tempestuosas, que rugem noite e dia em torno delas.

“Todavia, não pude por muito tempo resistir ao desejo de ir ver algumas vezes essa terra, onde fui criada; essas praias, onde brinquei pequenina; e ensaiei os meus primeiros voos para chegar a esta ilha, meu último refúgio. Mas nessas ocasiões evitava, quanto me era possível, qualquer encontro; andava como a corsa arisca escondendo-me entre os rochedos, alerta ao menor ruído para escarpar aos rafeiros que a perseguem.

“Apesar, porém, de meus cuidados e precauções, tive um dia um fatal encontro que operou em todo o meu ser profunda transformação, e abalou-me o coração até nas mais íntimas fibras. Eu acabava de desembarcar e, tendo amarrado o meu barco, fui descuidadamente avançando pela praia deserta e silenciosa! O sol declinava e reinava calma intensa. Adormecido ao pé de um rochedo, que derramava fresca sombra sobre o areal, avistei um lindo mancebo na primeira flor dos anos, estendido na areia, e repousando a cabeça sobre o braço recurvado. Parei imediatamente como tocada por vara mágica; meus pés não souberam dar mais nem uma passada, e meus olhos, levados de irresistível curiosidade, se embeberam na contemplação do formoso adolescente. Era