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Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/87

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revivem os meus tormentos de todos os dias…! Ela vive para continuar a zombar de meu amor, como zomba dos temporais, e dos cachopos de sua ilha abominável…! Folga e ri com as tempestades do mar; folga e ri também com as tormentas, que concita no coração dos homens. Ah! É bem certo o que dizem; não é uma mulher; é uma filha das trevas, uma fada malfazeja; é o gênio do mal que, na figura de um anjo, veio ao mundo para torturar os corações. Sou uma de suas vítimas, a sentença é irrevogável, tenho de morrer por ela!

Poucas horas depois, Rodrigo dizia a seu irmão Roberto, confidente único de seus mal-aventurados amores:

— Roberto, meu caro irmão, estou irrevogavelmente condenado…! Apagou-se minha última esperança, e no futuro só vejo angústias, desespero e morte. Já tenho a morte na alma; o corpo em breve também sucumbirá. Eu deveria despedaçá-lo aos olhos desse ídolo feroz; seria para ela um prazer indefinível banhar-lhe os pés no sangue de sua vítima…! Mas não, não quero dar-lhe mais esse regozijo… irei para bem longe matar-me, ou finar-me lentamente entregue à angústia e à desesperação.

— Que lastimosa e fatal fraqueza entrou-te pelo coração, meu pobre irmão! — replicou