Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/92

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do firmamento, ou a pérola do abismo, a que mãos humanas não podem tocar…! Adeus, meu irmão, levo a morte no coração e quero morrer longe destes lugares e dos olhos dela. Tu e Ricardo sois mais fortes que eu, e bem podeis sem mim levar avante os projetos e conselhos de nosso pai! Ah! Possa ele lá do céu, onde se acha, lançar-me um olhar de compaixão e perdoar a este seu indigno filho…!

— Bem! Já que essa é a tua vontade irrevogável, vai-te, meu irmão, vai-te em paz, que eu cá fico para vingar-te…

— Vingar-me?! Como? Pode alguém vingar-se de uma dama porque não nos quer…? Ofender a uma mulher é indigno de um cavalheiro.

— Não te dê isso cuidado; eu não tocarei em um só fio de seus cabelos.

— Então qual a vingança que pretender tomar?

— Muito simples, hei de quebrar o encanto a essa intratável e maldita fada, hei de abater-lhe o orgulho fazendo-a sofrer o mesmo que hoje sofres; há de amar e não há de ser amada.

— E a quem amará ela?

— A quem…? A mim mesmo, hei de vê-la rendida a meus pés, há de adorar-me, e eu…