no bilhar, um sujeito calvo, que contemplava as carambolas solitarias do marcador, espapado na bancada, de collete desabotoado, mascando um palito — informou o Fidalgo da doença do amigo Gouveia:
— Cousa leve, inflammação de garganta... V. Ex. ade certo o encontra em casa. Não arreda do quarto desde Domingo.
Outro cavalheiro porém, que remexia o seu café á esquina d’uma mesa atulhada de garrafas de licôr, affiançou que o Snr. Administrador já espairecera n’essa tarde. Ainda pelas cinco horas elle o encontrára na Amoreira, com o pescoço atabafado n’uma manta de lã.
Gonçalo, impaciente, abalou para a Calçadinha. E atravessava o Largo do Chafariz quando descortinou o desejado Gouveia, á porta muito alumiada da loja de pannos do Ramos, conversando com um homemzarrão de forte barba retinta e de guarda-pó alvadio.
E foi o Gouveia, que, de dedo espetado, investiu para Gonçalo:
— Então, já sabe?
— O quê?
— Pois não sabe, homem?... O Sanches Lucena!
— O quê?
— Morreu!
O fidalgo embasbacou para o Administrador, depois