mesmo a marchar para minha casa, tomar chá. Quer vossê, tambem?... Vossê costuma gostar das minhas torradinhas.
O Fidalgo acceitou — apezar de cançado. E logo pela Calçadinha, enlaçando o braço do Administrador, contou que recebera uma carta de Lisboa, d’um amigo, com uma nova estupenda... O que? — O casamento da D. Anna Lucena.
O Gouveia parou, assombrado, atirando o côco para a nuca:
— Com quem?!
Gonçalo que inventára a carta — inventou o noivo:
— Com um vago parente meu, ao que parece, um D. João Pedroso ou da Pedrosa. Muitas vezes o Sanches Lucena me fallou n’elle... Conviviam muito em Lisboa...
Gouveia bateu com a ponta da bengala nas pedras:
— Não póde ser!... Que disparate! A D. Anna não ajustava casamento sete semanas depois de lhe morrer o marido... Olhe que o Lucena morreu no meado de Julho, homem! Ainda nem teve tempo de se acostumar á sepultura!
— Sim, com effeito! murmurou Gonçalo.
E sorria, sob uma doce baforada de vaidade — pensando que, sete semanas depois de viuva, ella,