ao sachristão. E, se prevesse tamanha generosidade da Snr. aD. Anna, agarrava elle um mólho de chaves, até enfiava uma opa preta, para mostrar — e para embolsar...
— Pois é o que devia ter feito! exclamou D. Maria, com um corisco nos espertos olhos. E decerto se lhe davam os cinco tostões! Porque sempre sería mais instructivo que o homemsinho, que mascava, não sabia nada!... Semelhante morcão! E eu com tanta curiosidade por aquelle tumulo aberto, com a tampa rachada... O môno só soube resmungar que «eram historias muito antigas lá do Fidalgo da Torre...»
Gonçalo ria:
— Pois essa historia por acaso sei eu, prima Maria! Sei agora pelo Fado dos Ramires, o fado do Videirinha...
D. Maria Mendonça levantou as compridas mãos aos céos, revoltada com aquella indifferença pelas tradições heroicas da Casa. Conhecer sómente os seus Annaes desde que elles andavam repicados n’um fado!... O primo Gonçalo não se envergonhava?
— Mas por quê, prima, porquê? O fado do Videirinha está fundado em documentos authenticos que o Padre Sueiro estudou. Todo o recheio historico foi fornecido pelo Padre Sueiro. O Videirinha só poz as rimas. Além d’isso antigamente, prima, a