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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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mulas de carga choutaram na terra d’além-ribeira já a tarde se adoçava, e nas poças d’agua, entre as poldras, o brilho esmorecia, umas ainda d’ouro pallido, outras apenas rosadas. Immediatamente Dom Garcia Viegas, o Sabedor, aconselhou que a mesnada se dividisse: — a peonagem e a carga avançando para Montemor, esgueirada e callada, para esquivar recontros; os senhores de lança e os besteiros de cavallo arrancando em dura carreira para colher o Bastardo. Todos louvaram o ardil do Sabedor: e a cavalgada, aligeirada das filas tardas de archeiros e fundibularios, largou, soltas as rédeas, atravez de terras ermas, depois por entre barrocaes, até aos Tres-Caminhos, desolada chan onde se ergue solitariamente aquelle carvalho velhissimo que outr’ora, antes d’exorcisado por S. Froalengo, abrigava no sabbado mais negro de Janeiro, ao clarão d’archotes enxofrados, a Grande Ronda de todas as bruchas de Portugal. Junto do carvalho Tructesindo sopeou a arrancada: e, alçado nos estribos, farejava as tres sendas que se trifurcam e se encovam entre asperos, lobregos cerros de bravio e de tojo. Passára ahi o Bastardo malvado?... Ah! por certo passára e toda a sua maldade — porque no respaldo d’uma fraga, junto a tres cabras magras retouçando o matto, jazia, com os braços abertos, um pobre pastorinho morto, varado por uma frecha! Para que o