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Página:A mortalha de Alzira (1924).djvu/204

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sabe fingir!. . . Olha! Não vês além, junto daquelas colunas, como aqueles dois se beijam?... Anda! Beija-me tu também!

— Sim, Alzira! respondeu Ângelo com transporte. Eu te amo, e estou disposto a nunca mais me separar de ti!

— Bravo! exclamou um espectro. Agora sim, Alzira, já não desconfiamos do teu amante. Ele pode ficar conosco!

— Foi a tua última paixão?... perguntou à condessa não únicauma dama sepulcral.

— Ultima não— única!— respondeu aquela. Só a este amei na outra vida! este será o meu amor eterno! Desde a vez primeira em que o vi, minha alma voou logo para ele. Pertenço-lhe!

— Minha alma és tu! exclamou Ângelo. Sou todo teu! Só a ti amarei sempre!

— Bravo! Bravo! gritaram os outros. Ao amor! Ao amor! Ao amor!

E as taças tocaram-se freneticamente.

— Ao amante de Alzira! brindou um. Ao primeiro vivo que se animou a penetrar em nosso mundo ideal! Ao temerário Ângelo!

— A Ângelo!

— A Ângelo

— Agora, amigos, acrescentou o espectro, continuemos os nossos idílios. Deixemos Alzira em liberdade com o formoso amante!

E o grupo dispersou-se, formando-se diversos