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Página:A mortalha de Alzira (1924).djvu/228

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menos para mim! exclamou Alzira, tentando inutilmente chamá-lo a seus braços. Que te importam o futuro e o passado, se tens o presente, que sou eu?. . . Riquezas e grandezas! mas tudo isso não vale o ser amado como eu te amo, meu Ângelo!

— Não! Não! Quero ir morrer lá dentro, afogado naquelas voragens de ouro!

E, desprendendo-se dos braços dela, precipitou-se para a caverna.

Mas uma resplandecente figura, de longas barbas e cabelos de ouro vivo, cortou-lhe a passagem, colocando-se à entrada da grata.

— Era o Demônio de Ouro.

Vinha cintilante da cabeça aos pés, e o diadema, que lhe guarnecia a fronte, refulgia como um sol.

— Para trás! disse ele a Ângelo. E presta toda a atenção ao que vais ouvir!

O ambicioso abaixou o rosto e recuou dominado.

O opulento gênio avançou alguns passos e disse, tocando no ombro da cortesã:

— Alzira! continuas então a vagar durante a noite pelo mundo dos vivos, em vez de jazeres tranqüilamente na tua sepultura?. .

— Cala-te, por amor de Deus, que essas palavras desconsolarão o meu amante, se as ouvir. ..

— Volta de vez para o túmulo! . . .

— Não! A minha sepultura é tão fria e eu morri