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Carolina venceu a intimidem.

— Não sabe a minha história? disse ela.

— Sei.

— Então compreende que não posso, que não devo amar a ninguém mais neste mundo!

A moça sentiu que seu amante lhe cerrava as mãos com uma emoção extraordinária; teve pena dele e conheceu que não teria forças para consumar o sacrifício. — Não me pode... não me deve amar... E por que razão me deixou conhecer uma esperança vã?

— Por quê?... balbuciou a menina.

— Sim, por quê?... Zombava de mim!

— Oh! não! Não pensava no que fazia. Era mais forte do que a minha vontade!

— Mas então me ama?... É verdade?... perguntou o desconhecido, com ansiedade.

— Não sei.

— Para que negá-lo?

— Pois sim! É verdade! Mas é impossível!

— Não compreendo.

— Escute: não estranhe o que lhe vou dizer, não me crimine pelo passo que dei. Fiz mal em vir aqui, em esperá-lo; mas tenho eu culpa?... Faltou-me o ânimo de recusar-lhe o que me pedira... E vim somente para suplicar-lhe... — Suplicar-me?... o quê?

— Que se esqueça de mim, que me abandone!

— Importuno-a com a minha afeição?

— Não diga isso!

— Seja indiferente a ela.

— Se eu pudesse...

— Não pode?... Então dê-me a felicidade.