— «Não, pateta. Qual historia! Jornaes ca'em Lisboa são uns papeis para se lerem, onde vem posto tudo dos roubos, e das facadas, e da gente que morre... Inte os retratos dos ladrões lá vem... Que alguns não parecem senão uns senhores... E negar! isso é inté ó fim...»
— «Com'ó afilhado da mulher do filho do Athanasio... aquelle que tinha fugido p'rá Covilhan quando furtou a Esmeralda de casa do tio Lopes...»
— «Qual tio Lopes? o da Brigida?»
— «Esse.»
— «Bem me fio eu! Oh! rapaz. Nan me venhas com lampanas. Cada carapetão! Boas joias havia de ter em casa o pobre do tio Lopes! Elles nan tem p'ra pão, como iam a ter p'ra esmeraldas.»?
— «Vomecê nan acradita? Pois ficaram sem ella. Era a chiba mais linda qu'a gente trazia no rebanho...»
— «Ai, sim. Já nan digo nada. Uma cabra.»
— «Criam-se ali... A mim conhecia-me mais bem! Era eu gritar-lhe Chibinha! Chibinha!... Vinha logo a saltar por aquellas penhas... De raiva, inté chorei...»
— «Bem empregadas lagrimas... E, se te morresse um parente, que fazias?»