— «Pois isso... p'ra matares a sede.»
— «Vinho nan mata... Leite e que sim... inda que venha quente e co'a escuma...»
— «Olha o asno!... P'ra isso bebes agua... Ah! rapaz, anda: mexe-me esses pes.»
Sairam da estação. A dois passes tiritava uma velha diante de um taboleiro, onde branquejavam especiones sediços.
— «Come» — ordenou com magnanima omnipotencia a sr.ª Benta Fornalha.
O pequeno comeu avidamente dois bolos, com os olhos cravados alem, no rio, onde apparecia uma caprichosa floresta de vellas e mastros.
— «Tem só este?» — perguntou, por falar, a do taboleiro.
— «E' uma recua d'elles!» —informou a sr.ª Benta com ademanes de tedio - «Mas são sobrinhos.»
— «Tirado por feicões, cuidei que era filho.»
— «Credo, Santinha! Deus the perdôe! Inte ó dia de hoje inda lá nan fui... Que a gente nan pode dizer nada... Mas sempre uma pessoa assim está melhor... Poderá ser, poderá ser... Inda nan estou nenhuma velha... Que hoje, inda nan tem os dentes todos e já pensam em casar... Dá vontade de gomitar...