espichava a mão para Alice. A menina apertou-lha um tanto ansiosa, sempre com mêdo que êle caísse com o esforço daquele sorriso tão grande. “Se continua a rir assim, os cantos da bôca se encontrarão na nuca, pensou ela, e nesse caso a sua cabeça fica partida pelo meio.”
— Sim! continuou Humpty. Com todos os seus soldados e cavalos!... Eles me colocarão aqui outra vez. Mas noto que a nossa conversa está caminhando muito depressa. Voltemos para trás.
— Tenho receio de não poder voltar para trás. Já não me lembro do ponto onde a conversa estêve, disse a menina com polidez.
— Nesse caso, comecemos de novo, sugeriu Humpty, e desta vez eu escolho o assunto da conversa. (“Ele fala como se conversa fosse um jogo qualquer!”, pensou Alice.) Assim sendo, continuou Humpty, vou começar. Que idade disse que tinha?
Alice pensou um instante e respondeu: — Sete anos e seis meses.
— Está errado! exclamou Humpty num triunfo. Você não havia dito isso!
— Pensei que me perguntou que idade o senhor tinha, explicou Alice.
— Se eu tivesse pensado nisso não o teria perguntado a você.
Alice, que não queria brigar, nada replicou.
— Sete anos e seis meses! repetiu Humpty pensativamente. Idade sem graça. Se houvesse pedido o meu conselho eu diria que ficasse nos sete — mas agora é tarde.