s.^a determina que lhe seja preparada com decencia a prisão.
— Eu não determino nada. Faça de conta que o prêso Simão não tem aqui parente algum.
— Mas, senhor doutor corregedor — disse o juiz de fóra com tristeza e compuncção — v. s.^a é pae.
— Sou um magistrado.
— É demasiada a severidade, perdôe-me a reflexão que é amiga. Lá está a lei para o castigar; não o castigue v. ex.^a com o seu odio. A desgraça quebranta o odio de estranhos, quanto mais o affectuoso resentimento de um pae!
— Eu não odeio, senhor doutor; desconheço esse homem em que me falla. Cumpra os seus deveres, que lh’o ordena o corregedor, e o amigo mais tarde lhe agradecerá a delicadeza.
Sahiu o juiz de fóra, e foi encontrar Simão na mesma serenidade em que o deixára.
— Venho de fallar com seu pae; — disse o juiz — encontrei-o mais irado do que era natural calcular. Penso que por em quanto naaa póde esperar da influencia ou patrocinio d’elle.
— Isso que importa? — respondeu socegadamente Simão.
— Importa muito, senhor Botelho. Se seu pae quizesse, haveria meios de mais tarde lhe adoçar a sentença.