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João da Cruz e o cunhado, espiando todas as esquinas, chegaram de fronte do quintal de Thereza, e viram um vulto a sumir-se no angulo da parede.

— Vamos sobre elles — disse o ferrador — que lá passaram para o adro da igreja; n’este entrementes, o doutor chega á porta do quintal e entra; depois voltaremos para lhe guardar a sahida.

N’este proposito, moveram-se apressados, e Simão Botelho caminhou com as pistolas aperradas na direcção da porta.

Em frente do muro do jardim de Thereza havia uma cascalheira escarpada, que se esplainava depois n’uma alamêda sombria.

Os dois criados de Balthazar, quando o tropel do cavallo parou, recordaram as ordens do amo, no caso de vir a pé Simão. Buscaram sitio azado para o espreitarem na sahida, e entraram na alamêda quando o academico chegava á porta do quintal.

— Agora está seguro — disse um.

— Se lá não ficar dentro.... — respondeu o outro, vendo-o entrar, e fechar-se a porta.

— Mas além vem dois homens... — disse o mais assustado, olhando para a outra entrada da alamêda.

— E vem direitos a nós... aperra lá a clavina...

O melhor é retirarmos. Nós estamos á espera de outro, e não d’estes. Vamos embora d’aqui...

Este não esperou convencer o companheiro: desceu a