Página:Ao correr da pena.djvu/207

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de casa muito necessário ao aformoseamento da cidade e à higiene pública.

É inconveniente, porém, a demora que tem havido no regulamento da companhia, principalmente aparecendo na praça algumas apreensões (que julgo infundadas) a respeito de condições rigorosas que se supõe seriam impostas à sociedade. O objeto me parece maduramente estudado, esclarecido por uma luminosa discussão nas câmaras e pelos planos e dados estatísticos coligidos na municipalidade pelo Dr. Haddock Lobo. Não enxergamos, pois, uma razão plausível para essa tardança do regulamento, aliás tão prejudicial ao público e aos proprietários da Rua do Cano.

Depois da empresa Reformadora, organizou-se a companhia de colonização agrícola do Rio Novo, com um capital de quinhentos contos de réis, representado por 2.500 ações. Foi o Major Caetano Dias da Silva, fazendeiro na Província do Espírito Santo, Município de Itapemirim, quem teve a idéia da criação desta sociedade.

A importância do seu objeto, a inteligência e a longa prática do seu diretor, junta à fertilidade, a um clima salubre e à facilidade de comunicações com as grandes praças de comércio, asseguram a esta companhia grandes vantagens, que reverterão todas em proveito do país, e particularmente da Província do Espírito Santo.

A colonização para um novo e de vasto território, como o nosso, é a primeira condição de riqueza e de engrandecimento. O estrangeiro que procura o nosso país não nos traz unicamente braços e forças para o trabalho material; não é somente um número de mais que se aumenta ao recenseamento da população.

É uma inteligência prática que melhora a indústria do país e um grande elemento de atividade que desenvolve as forças produtivas da terra; é finalmente uma nova seiva que vigora, uma nova raça que vem identificar-se com a raça antiga aperfeiçoando-se uma pela outra. O nosso governo tem compreendido o grande alcance da colonização, e, o que é mais, tem-se empenhado em promove-la eficazmente.