— É não fazer barulho.
— Custa pouco a dizer: Beba, mas não engula! O som do ferro no chão, por força que se há de ouvir, filho de São Benedito!
— Pois a querer, é assim! disse o negro, que se ergueu resolutamente e bateu com a palma da mão no barrilote. Dentro da casa ninguém entra, que não deixo eu!
— Está bem! acudiu o bodegueiro, não vai a zangar. Tudo se arranja.
O advogado apenas teve tempo de ganhar a varanda, antes que os dois interlocutores assomassem no topo da escada subterrânea.
— Ó de casa! disse Vaz Caminha batendo com a bengala no ladrilho. Não há quem acuda aos fregueses?
— Já se vai! Já se vai! gritou o Judengo, supondo que batiam à porta da rua.
— Ora sejais bem aparecido, sô taverneiro! Tarde madrugais, para que vos Deus ajude.
— O senhor licenciado!... Cá dentro?... Por onde entrou sua mercê? exclamou o taverneiro arregalando os olhos.
— Não está má! Pela porta! Queríeis que entrasse pela janela?
— Mas se a porta estava fechada!