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Página:As Minas de Prata (Volume II).djvu/131

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padrinho, Vaz Caminha; logo parou o cavalo e apeando rijo, voltou para o pajem:

— Guarda-te daí, enquanto torno!

O menino deixou-se ficar esmagando nos olhos as lágrimas que lhe saltavam aos punhos. O cavalheiro apressou a marcha para alcançar o advogado:

— Agora vos recolheis, mestre?

— Agora filho; e vós, que vos traz a horas mortas por estes sítios? Fazia-vos no sarau.

— No sarau?... Má hora, má e aziaga, mestre, em que a ele fui!

Estácio apertando a mão do velho, vergara a cabeça abatida pela dor; as palavras que proferira vieram travando a fel; afogaram-se em lágrimas.

O licenciado esteve a observá-lo bastante tempo; depois, erguendo-lhe a fronte com ternura, impondo a mão sobre o coração opresso do moço, murmurou-lhe ao ouvido:

— Cedo fostes homem, filho, para sofrer. Amores são rosas de todo o ano; breves folhas, muitos espinhos. Pior é regá-las de lágrimas que mais nunca secarão.

— Secarão, secarão, mestre! Bem secas já estão nesta alma, onde nem goivos quero eu que vinguem já!