Página:As Minas de Prata (Volume II).djvu/89

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Gil, cumprindo à risca a ordem de Estácio, acompanhava o licenciado; caminhava arremedando com a sua figurinha de pajem o andar solene e magistral do ex-arauto.

Mal descobriu o menino que seguia sem vê-la, Joaninha ergueu-se de um salto, e cobriu os olhos do pajem com as palmas das mãos.

Ele não se mostrou surpreso da travessura.

— Cuidas que não te conheço as mãos? Tanta alféloa tenho manjado amassada por elas!...

— Também! Não se doam mais elas das que amassarem para ti! respondeu Joaninha despeitada.

— Por que então? Algum mal te fiz eu!

— Inda agorinha? Quase nem me falaste.

— Não viste o cavalheiro mandar que seguisse o senhor licenciado?... Lá dobram o canto! Vou-me após eles.

— Espera!

— Que me queres?

A alfeloeira hesitou corando.

— O Senhor Estácio está no sarau? perguntou depois de uma pausa.

— Pois que para lá foi; lá deve estar.

— Que lindas que são aquelas danças! disse ela