Página:As Minas de Prata (Volume III).djvu/109

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sujeito cosido a facadas, e a mulher pouco lhe faltava para isso com as três que alapardara. Muita gente foi ver o acontecido e até eu acertei de passar... A mulher só fazia engrolar uma ladainha com este dizer: “O papel!... o papel!...” Que ali havia rasca, suspeitei eu logo.

— É mesmo!... disse o gajeiro. Aí andava mouro na costa.

— Ele parece que sim!... acudiu o rapaz. Ainda eu não estava em São Sebastião quando isso foi, mas ouvi rosnar como coisa fresca.

— Pois a semana não estava acabada, quando veio valer-se de mim o tal dito cujo de Fernão Aines para fazer uma entrada no sertão. Estava ele de luto pelo finado, que era seu parente, ao que me disse. Cá para mim é negócio líquido que o amigo foi quem aviou o outro. Apesar de beato...

— São os piores!

— De pedaço a pedaço estava-me ele a rezar numa cruz grande de pau-santo que trazia ao rosário!... Um dia, já oito eram idos depois que nos partíramos de São Sebastião, o cujo desembuchou. A coisa era esta. Íamos à descoberta de umas minas de prata de que só ele sabia o rumo, por lho ter ensinado um índio manso.