ali estivera, mas sem deixar de olho a porta, que fechara sobre o pajem. O magarefe depois de a estar encarando algum tempo, arrancou da larga peitada estas palavras receosas:
— O que vos disse ontem, Joaninha,... sobre o cavalheiro...
E concluiu com esforço:
— Dizei que não é verdade!... Dizei-o por vida vossa e minha, Joaninha, se não quereis ver-me endemoniado e às tontas aí pelas ruas. Pois dês aquele instante, tenho como um mourão a bater-me aqui no toutiço!
Joaninha que nesse dia não estava em seu costumado bom humor, voltou-se arrebatada, faiscando iras:
— Arre, que já perdi a paciência! Culpa tive eu de vos dar confiança; mas é preciso pôr cobro a isso!... Já daqui fora!... Deixai-me de uma vez e para sempre em paz... Segui vosso caminho!...
O magarefe curvou a cabeça ao peso daquela ira e murmurou timidamente:
— Misericórdia, Joaninha!...
— Ide-vos, com Deus!... E não me retorqui...
— Vou-me, vou-me, Joaninha, bem castigado... Mas, melhor merecia...