gente. Mire você... Se me afronta, me dará satisfação e desagravo!...
— Sangre de Cristo! Eis um pícaro que me agrada! És meu pajem. Eu te sirvo...
— Tu me serves, atalhou o menino. Nós nos servimos!
— Também sabes as gramaticais?
— Quanto basta para escrever às damas.
— Às mil maravilhas!
Uma semana depois Vilarzito, em figura de pajem, se partia de Burgos, cavalgando após o Capitão D. Aníbal um sendeiro choutão, em cujas ancas chocalhava a velha espada ferrugenta.
O primeiro dia de viagem acabou sem novidade; o segundo foi pelo mesmo teor. O esperto pajem à cata de aventuras entristeceu; às vezes conversando com os seus alamares (naquele tempo não se usavam botões), murmurava entre dentes:
— Isto não me quadra.
Veio o terceiro dia: deixaram a pousada ao romper d'alva. Trotando, o pajenzito empenava o talhe delgado, e afagava o punho desmedido da catana com a mão pequerrucha. Tinha o pescoço teso, o nariz ao vento; farejava uma aventura.