Página:As Minas de Prata (Volume III).djvu/44

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— Como! Queres deixar-me?

— Já o deixei, cavalheiro!

— Porém... estás sonhando! Ainda não acordaste bem.

— Acordei ontem, cavalheiro! E não dormi até agora!

Pedidos, promessas e ameaças, foi tudo baldado. Vilarzito partiu-se por uma vez da companhia do cavalheiro; tinha seu plano combinado. Dirigiu-se à oficina de Pacheco.

— Deus o salve, mestre!

— E lhe dê sua bênção, filho! respondeu o pintor.

— Não tem você, mestre, necessidade de um aprendiz?

— Aprendizes não faltam, porém resta saber se são capazes de aprender.

— Sinto eu que sou! Senti ontem vendo a sua obra, e admirando-a, mestre!

Vilarzito ficou na oficina como aprendiz. Cedo revelou seu talento; mas era esse unicamente para um gênero ainda não cultivado, a caricatura. Incapaz de uma obra séria, o menino estragava qualquer esboço que lhe davam a encher. O mestre arrenegava-se, e o aprendiz