Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/236

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a pescar a anzol. Gil soltou o seu descante.

A bandeirola branca de que falara apareceu outra vez na seteira; solta ao vento, adejou pelos ares, e foi cair longe sobre as ondas. A canoa singrou rápida como um peixe naquela direção; com espanto de ambos o pano boiava sobre a água, e só lentamente e depois de algum tempo foi-se afundando; mas Esteves atirou-se ao mar, e mergulhando foi agarrá-lo quando ele ia já sumindo-se da zona esclarecida das vagas.

De posse do objeto tornaram os dois à praia, onde os esperava o advogado, que de longe acompanhara com a vista toda a manobra. O curioso Gil tratou logo de examinar a bandeirola para saber o que desejava Estácio; porém por mais que virou e revirou a tira de pano branco, nada viu que pudesse orientá-lo. Afinal cansado de procurar, dobrou-a e meteu na algibeira:

— O que manda ele? perguntou Esteves.

— Sei cá!... respondeu Gil despeitado. Isso é lá gíria dele! Só o velho a pode entender!...

Vaz Caminha recebendo o misterioso objeto das mãos de Gil, esticou-o entre os dedos, e esteve observando-o por algum tempo com séria atenção. Ele