Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/337

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fosso, os dois índios pularam outra vez do chão aos ouvidos do capitão de mato.

— Está cheirando a pólvora!... rosnou um.

— Barulho de espingarda!... soprou o outro.

Mal acabavam, Olho despenhou-se do alto da árvore, e embrulhando-se como uma serpente pelo corpo de Cristóvão, arremessou-se com ele na moita vizinha. Era tempo; uma centelha fuzilara no terreiro da casa, e a bala do arcabuz passara zunindo na direção ocupada um segundo antes pelo amante de Elvira.

João Fogaça ergueu-se com a sua costumada pachorra, sacudindo o pó das bragas.

— Desta vez me pagam o novo e o velho! disse ele sondando as trevas com o olhar.

— Por Deus, João, acomodai-vos. Não pioreis o caso com as vossas estraladas! exclamou Cristóvão travando-lhe do braço.

— Decerto! acudiu Estácio. Já que fomos bem sucedidos, não convém excitar ainda mais as suspeitas. Tenho para mim que nada perceberam!

— Então vamo-nos, enquanto não me aperta a tentação! disse o forasteiro afastando-se.