Página:As Minas de Prata (Volume IV).djvu/339

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João Fogaça arengou assim os caboclos:

— Ides acompanhar este cavalheiro, o Sr. Estácio, onde ele vos quiser levar, e para o que ele ordenar, ainda que seja para vos atirar ao fogo e esfolar-vos vivos. Estais entendidos?... Ora bem; pé leve, olho vivo e ouvido alerta! Marcha!...

Voltando-se para o capataz:

— Heis de gostar da dança, Antão Gonçalo! É negócio de embarcar.

Estácio abraçou Cristóvão, apertou a mão a Fogaça e desapareceu nas sombras.

Cristóvão tornou apressado da impaciência de ler a carta de sua amada; e correria se não fora retê-lo o prudente capitão de mato, que o levava pelo braço.

Elvira escrevera estas palavras:


<poem> Bem meu.

Desde o instante cruel em que vos arrebataram a meus braços, tenho desvivido em contínuo martírio. A princípio foi com a nova terrível de vosso passamento que tentaram envenenar-me aos poucos; ainda que eu vos sentia vivo