Página:As Minas de Prata (Volume V).djvu/142

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tu então que qualquer, seja fidalgo embora, tem lá topete para me pedir coisas destas?... Isso é só para certo capetinha de meus pecados!... E eu em vez de castigá-lo pelo atrevimento, ainda fui tão tola que lhe perdoei a paga.

E a mulatinha assim falando, amimava as faces rosadas de Gil.

— Mas então qual outra coisa o levou à tua casa, rapariga?

— Sabes tu?... Assim eu!... Lá esteve, perguntou por uma ruma de coisas, andou, virou, e eu que tinha mais que fazer... Passe por lá muito bem, meu senhor; uma sua criada, sem mais aquela. E eis-me aqui rente conforme o prometido. Que me queres?

Estas palavras despertaram a dor no coração do pajem:

— Nada mais, Joaninha!... respondeu lagrimejando.

— Deus!... Que hás tu, Gil? Que te aconteceu?...

— Meu pobre amo, Joaninha, o Senhor Estácio, que a esta hora talvez esteja no céu!

Gil ao proferir estas palavras disparou em pranto, escondendo a cabeça no seio da alfeloeira; esta quase estimou semelhante pesar que conchegava ao