Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/52

Wikisource, a biblioteca livre

Ao chegar ao gabinete, o porteiro fez-lhe sinal que esperasse atrás do reposteiro, e entrou para dar aviso ao governador. Ouviu-se a voz sonora de D. Diogo que dizia:

— Trazei-o já à minha presença.

Afastado o reposteiro, franqueou-se a entrada ao guerreiro. Este, penetrando no gabinete, despediu com um gesto o porteiro, e fechando a porta, correu-lhe os ferrolhos.

D. Diogo de Menezes, que o esperava no fim da sala sentado à mesa de trabalho, erguendo os olhos, dera com aquele vulto armado no instante em que ele praticava a singular ação de trancar a porta. Desenhou-se no seu varonil e majestoso semblante uma ligeira surpresa motivada pela estranheza do caso; abaixando rápido, e imperceptível olhar para as guardas da espada, que descansava ao lado sobre a cadeira, esperou com a placidez e serenidade de quem sente-se em uma esfera superior, onde não ousam penetrar as paixões más.

Entretanto o cavalheiro parava no meio do aposento, com mostras de respeito, na sua nobre atitude.

— Aproximai-vos, cavalheiro; e se é exato o