O principe resolveu o caso mandando dar uma concha nova a cada um.
Depois appareceu uma ostra a se queixar que um caranguejo lhe havia furtado a perola.
— Era uma perola ainda novinha e tão galante! disse, enxugando as lagrimas. Elle raptou-a só de mau, porque os caranguejos não se alimentam de perolas, nem as usam como joias. Com certeza já a largou por ahi nas areias...
O principe resolveu o caso mandando-lhe dar outra perola do mesmo tamanho.
Nisto surgiu na sala, muito apressada e afflicta, uma baratinha de mantilha, que foi abrindo caminho por entre os bichos até alcançar o principe.
— A senhora por aqui!. exclamou este admirado. Que deseja?
— Ando atraz do Pequeno Pollegar, respondeu ellaHa duas semanas que me fugiu do livro onde móra e não o encontro em parte alguma. Já percorri todos os reinos encantados sem descobrir o menor signal delle.
— Quem é esta velha? perguntou a menina ao ouvido do principe. Parece que a conheço...
— Com certeza, pois não ha menina que não conheça a celebre dona Carochinha das historias, a baratinha mais famosa do mundo.
E voltando-se para ella:
— Ignoro se o Pequeno Pollegar anda aqui pelo meu reino. Não o vi, nem tive noticias delle, mas a senhora pode procural-o á vontade. Não faça cerimonia...
— Porque é que elle fugiu? indagou a menina.
— Não sei, respondeu dona Carochinha, mas tenho notado que muitos dos personagens das minhas historias já andam aborrecidos de viverem toda a vida presos dentro dellas. Querem novidade. Falam em sahir para o mundo para se metterem em novas aventuras. Aladino queixa-se que sua lampada maravilhosa está enferrujando. A Bella