— Fique ahi bem quietinho até que eu volte, recommendou-lhe
E regressou á sala, muito lampeira da sua façanha.
V — A COSTUREIRA DAS FADAS
Depois do jantar o principe levou Narizinho á casa da melhor costureira do reino. Era uma aranha de Paris, que sabia fazer vestidos lindos, lindos até não poder mais! Ella mesma tecia a fazenda, ella mesma inventava as modas.
— Dona Aranha, disse elle, quero que faça para esta illustre dama o vestido mais bonito do mundo. Vou dar uma grande festa em sua honra e faço questão que ella deslumbre a corte.
Disse e retirou-se. Dona Aranha tomou da fita metrica e ajudada por seis aranhinhas muito espertas principiou a tomar as medidas. Depois teceu, depressa, depressa, uma fazenda cor de rosa com estrellinhas douradas, a coisa mais linda que se possa imaginar! Teceu tambem peças de fitas e peças de renda e peças de entremeio e fabricou até carreteis de linha.
— Que belleza! ia exclamando a menina, cada vez mais espantada com a habilidade e arte da costureira. Conheço muitas aranhas no sitio de vóvó, mas todas só sabem fazer teias de pegar moscas; nenhuma é capaz de fazer nem um panninho de avental...
— E' que tenho mil annos de idade, explicou dona Aranha, e sou a costureira mais velha do mundo. Porisso sei fazer todas as coisas. Já trabalhei no reino das fadas durante muito tempo; fui quem fez o vestido de baile de Cinderella e quasi todos os vestidos de casamento de quasi todas as meninas que se casaram com principes encantados.
— E para Branca de Neve tambem costurou?
— Como não? Pois foi justamente quando estava tecendo o véo de noiva de Branca que quebrei a perna. A te-