— Impossivel! gemeu elle. O unico geito é o doutor Caramujo me abrir a barriga com a sua faquinha e tirar as pedras uma por uma com o ferrão de caranguejo que lhe serve de pinça.
— Nesse caso, muito boas noites, senhor sapo! Só amanhã poderemos tratar disso. Tenha paciencia e cuide de não morrer até lá.
O sapo agradeceu a boa acção da menina, promettendo que se pudesse fugir das garras do principe iria morar no sitio de dona Benta para guardar a horta das lesmas e lagartas.
Narizinho recolheu-se de novo e já ia pulando para a cama quando se lembrou do Pequeno Pollegar, que deixára escondido na concha.
— Ah, meu Deus! Que cabeça a minha! O coitadinho deve estar cançado de esperar por mim...
E foi correndo á gruta dos thesouros. Mas perdeu a viagem. Pollegar havia desapparecido, com a concha e tudo...
VII — A PILULA FALANTE
No outro dia levantou-se muito cedo para levar a boneca ao consultorio do doutor Caramujo. Encontrou-o com cara de quem havia comido cobra cascavel recheiada de escorpiões.
— Que ha, doutor?
— Ha que encontrei meu deposito de pilulas saqueado. Furtaram-m'as!...
— Que maçada! exclamou a menina aborrecidissima. Mas não pode fabricar outras? Se quizer, ajudo a enrolar.
— Impossivel! Já morreu o besouro boticario que as fabricava, sem haver revelado o seu segredo a ninguem. A mim só me restava uma centena, das mil que comprei dos