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O SITIO DO PICAPAU AMARELLO

musica de sempre — "tloc! pluf! nhoc!"... Lá estava Narizinho trepada á arvore. Lá estavam as vespas com meio corpo mettido dentro das frutas. Lá estava Rabicó esperando a queda das cascas.

— Está tudo regulando! murmurou comsigo a preta, pondo o pito na bocca e seguindo seu caminho.


II — O ENTERRO DA VESPA


De noite, á hora de deitar-se, Narizinho viu que havia deixado a boneca debaixo da jaboticabeira.

— Coitada da Emilia! Deve estar morrendo de medo das corujas... e pediu á tia Nastacia que fosse buscal-a.

A negra foi e trouxe Emilia, toda humida de orvalho, damnadissima com o esquecimento da menina. Foi preciso que esta lhe promettesse um vestido novo para que desamarrasse o burrinho. Um vestido de chita cor de rosa com pintinhas. E de saia bem comprida.

— Porque, Emilia? indagou a menina estranhando aquelle gosto.

— Porque sujei a perna aqui no joelho e não quero que appareça.

— O mais facil será lavar o joelho.

— Deus me livre! Tia Nastacia diz que sou de macella por dentro e por isso não posso me molhar. Embolóro. Um dia ainda posso virar condessa e não quero ser chamada a condessa do Bolor.

— Testo, panella, bolor, fedor! Tem razão, Emilia. O melhor é fazer um vestido de cauda. Para condessas fica bem. Mas condessa de que você quer ser?

— Quero ser a condessa de Tres Estrellinhas! Acho lindo tudo que é de Tres Estrellinhas — - a cidade de *** O anno de *** o duque de ***, como está naquelle romance que dona Benta vive lendo.