Página:As Reinações de Narizinho.pdf/44

Wikisource, a biblioteca livre
38
O SITIO DO PICAPAU AMARELLO

ra pau, pau!" resolveu o soldado — e arrolhou o orador com o seu pauzinho.

As formigas, muito contentes, continuaram o serviço e levaram para o fundo da cova o cadaver da vespa. Em seguida appareceu uma com um letreiro assim, que fincou num montinho de terra:


Aqui jaz
uma pobre vespa assassinada
na flôr dos annos
pela Menina do Nariz Arrebitado.
Orae por ella!


Feito isso, recolheu-se. Era noite quasi fechada. No pomar deserto só ficou o besourinho, sempre engasgado com o pau. Queria á viva força continuar o discurso. Por fim conseguiu destapar-se e immediatamente continuou: "Neste momento solemne..." Nisto um sapo, que ia passando, allumiou o olho, dizendo: "Espere que eu te curo!..." Deu um pulo e "nhoc!"... "curou" o fazedor de discursos!

— Não reparou, Emilia, se esse sapo era o Major Agarra-e-não-larga-mais? perguntou a menina.

— Não era, não! respondeu a boneca. Era o Coronel Come-orador-com-discurso-e-tudo...


III — A PESCARIA


Afinal acabaram-se as jaboticabas. Somente nos galhos bem lá de cima é que ainda se via uma ou outra, todas furadinhas de vespa.

Rabicó — "ron, ron, ron" — volta e meia apparecia por alli, por força do habito. Ficava immovel, muito serio, esperando que cahissem cascas; mas como não cahisse coisa nenhuma, desistia e retirava-se, "ron, ron, ron"...

Narizinho tambem ainda apparecia de vez em quando,