de comprida vara na mão e nariz para o ar, na esperança de "pescar" alguma coisa.
— Arre, menina! gritou lá do rio tia Nastacia numa dessas vezes. Não chegou quasi um mez de "tloc, tloc?" Largue disso e venha me ajudar a estender esta roupa, que é o melhor.
Narizinho jogou a vara em cima do leitão, que fez "coin!" e foi correndo para o rio, com a Emilia de cabeça para baixo no bolso do avental.
Lá teve uma idéa : deixar a boneca pescando emquanto ella ajudava tia Nastacia.
— Tia Nastacia, faça um anzolzinho de alfinete para a Emilia. A coitada tem tanta vontade de pescar...
— Era só o que faltava! respondeu a negra tirando o pito da bocca.
— Faz? insistiu a menina. Alfinete, tenho aqui um. Linha, ha no alinhavo da minha saia. Vara não falta, Faz?
A negra não teve remedio.
— Como não hei de fazer, demoninho? Faço, sim... Mas se ficar atrazada no serviço, a culpa não é minha.
E fez. Dobrou o alfinete em fórma de gancho, amarrou-o na ponta duma linha de alinhavo e descobriu vara — uma varinha de dois palmos, imaginem! Narizinho completou a obra atando a vara no braço da boneca.
— E isca? indagou depois.
— Isca é o de menos. Qualquer gafanhotinho serve.
Salta daqui, salta dalli, Narizinho conseguiu logo apanhar um grillo verde. Espetou-o no anzol. Depois arrumou a boneca á beira dagua, muito têsa, com uma pedra ao collo para não cahir.
— Agora, Emilia, bico calado! Nem um pio, senão espanta os peixes. Logo que um delles beliscar, "zuqt!", dê um puxão na linha.
E deixando-a alli foi ter com a preta.