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Página:As Reinações de Narizinho.pdf/51

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MONTEIRO LOBATO
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— Então... então... engasgou Emilia, com o dedinho na testa. Então não sei.

Era a primeira vez que Emilia se embaraçava numa resposta, primeira e ultima. Nunca mais houve pergunta que a atrapalhasse.

— Pois se não sabe, durma, disse a menina, virando-se para a parede.

Dormiram ambas.

Altas horas, estavam no mais gostoso do somno quando bateram “tóc, tóc, tóc...”

— Quem é? perguntou Narizinho sentando-se na cama.

— Sou eu, Rabicó! grunhiu o leitão entreabrindo a porta com o focinho. Está aqui uma senhora ruiva que quer entrar.

— Pois que entre! ordenou a menina.

Rabicó escancarou a porta, dando passagem a uma formiga ruiva, de saiote vermelho e avental de renda. Trazia na cabeça uma salva de prata, coberta com guardanapo de papel.

— Que é que deseja? indagou a menina cheia de curiosidade.

— Desejo entregar á senhora condessa este presente que lhe manda a rainha das formigas.

— Condessa? repetiu Narizinho franzindo a testa. Que condessa, senhora?

— Condessa de Tres Estrellinhas, explicou a formiga.

— Hum! fez a menina, que não se lembrava mais de que ella mesma havia condessado a boneca.

Voltando-se para Emilia, deu-lhe tres cotoveladas, não podendo occultar o despeito por ter sido a boneca e não ella a presenteada pela rainha.

— Acorde, pedra! E' com "vossa excellencia" o negocio.

Emilia sentou-se na cama. Espreguiçou-se, tonta de