XIII — TOM-MIX
Assim que deixou a menina, Tom-Mix voltou ao lugar do assalto, a fim de orientar-se na pista de Rabicó. Descobriu logo os rastos delle na terra humida e os acompanhou até á floresta. Lá guiou-se pelas hervinhas amassadas e outros signaes que na fuga o marquez fôra deixando. E andou, andou, andou até que de repente ouviu um ruido suspeito.
— E' elle! pensou Tom-Mix agachando-se — e, pé ante pé, sem fazer o menor barulhinho, approximou-se do lugar donde partia o ruido suspeito. Espiou. Lá estava o marquez, "ron, ron, ron," de cabeça enfiada dentro duma abobora muito grande, tão entretido em devoral-a que não deu pela presença do terrivel vingador. Tom-Mix foi chegando, foi chegando e, de repente...
— “Nhoc!” agarrou o marquez por uma perna.
— "Coin! coin! coin!" grunhiu o illustre fidalgo.
— Peço perdão a Vossa Excellencia, disse Tom-Mix com ironia, mas estou cumprindo ordens da senhora princeza do narizinho arrebitado.
— Que é que Narizinho quer de mim? gemeu Rabicó desconfiado.
— Pouca coisa, respondeu o vingador. Apenas uns torresminhos para enfeitar um tútú de feijão amanhã...
— "Coin! coin! coin!" gemeu o marquez comprehendendo tudo. E foi com bagas de suor frio no focinho que implorou:
— Tenha dó de mim, senhor bandido! Tenha piedade de mim, que lhe darei esta abobora e ainda uma outra maior que escondi lá adeante!...
Tom-Mix parece que não gostava de abobora. Limitou-se a puxar pela faca e passal-a sobre o couro da bota, como para a afiar. Percebendo que estava irremediavelmente perdido, Rabicó teve uma idéa.