Página:As Reinações de Narizinho.pdf/72

Wikisource, a biblioteca livre
66
O SITIO DO PICAPAU AMARELLO

— Onde está elle?

— No Capoeirão dos Tucanos Vermelhos, respondeu a mensageira. Prometteu-me um lindo lago azul em troca de trazer esta carta.

Narizinho não poude deixar de sorrir, pensando lá comsigo: "Sempre o mesmo! Onde Rabicó já viu lago azul?" Mas não quiz desilludir a mensageira, visto precisar dos seus serviços para a resposta. Rabiscou um bilhetinho ás carreiras.

— Leve este bilhete a Tom-Mix, mas depressa, hein? E quando quizer apparecer lá pelo sitio de vóvó, não faça cerimonia, ouviu? Vá, vá!...

A libellinha vibrou as asas e "zuqt!" desappareceu. Voou rapida como o pensamento. Chegou ao Capoeirão dos Tucanos Vermelhos no instante preciso em que os cinco minutos concedidos a Rabicó chegavam ao termo e o carrasco dizia-lhe erguendo a faca:

— Está findo o prazo. Chegou a sua hora, marquez!

Mas Tom-Mix teve de interromper o serviço. A libellinha sentara-se justamente na ponta do seu nariz, com o bilhete no ferrão. Percebendo-o, tomou elle o bilhete e leu. Era ordem de perdão a Rabicó.

— Tem muita sorte o senhor marquez! disse, enfiando a faca na bainha. A princeza perdoa o seu crime e commuta a pena de morte numa outra mais leve, concluiu elle, pregando-lhe um formidavel pontapé.

— Uff! exclamou Rabicó depois que se viu livre de perigo. Escapei de boa! Pontapé dum bruto destes não é nada agradavel, mas mesmo assim deve ser mil vezes preferivel ás suas facadas...

Depois indagou, voltando-se para a mensageira:

— Onde está a princeza?

— No reino das Abelhas.

— E a condessa?