— Tambem lá, num canto, muito jururú nas suas muletas.
— Muletas? repetiu Rabicó sem nada comprehender. Será que cahiu do cavallo?
— Não sei, não tive tempo de me informar.
Rabicó permaneceu pensativo por alguns instantes. Depois disse:
— Está bem. Pode ir. Passe bem, muito obrigado.
A mensageira franziu o nariz.
— E o meu lago azul?
Rabicó, que tinha muito má memoria para as suas promessas, fez cara de surpreza.
— Lago? Que lago?
O lago azul que me prometteu em troca de levar a carta...
— Ah, sim... Mas, menina, para que quer você um lago e logo um lago azul? Eu prometti um lago, é verdade, mas reflectindo melhor vi que é um presente muito perigoso, pois você pode vir a morrer afogada nelle. Em vista disso achei melhor substituir esse lago por esta sementinha de abobora. Tome!
A libellinha ficou furiosa.
— Muito agradecida, disse com ironia. Trato é trato. Faço questão do meu lago azul!
O marquez coçou a cabeça, embaraçado, lançando olhares gulosos para a abobora que estivera comendo quando foi agarrado por Tom-Mix.
— Vamos deixar o caso para ser decidido amanhã, disse por fim. Agora não posso; tenho muito serviço. Imagine que Tom-Mix me condemnou a comer essa abobora inteirinha — a mim, um marquez que está acostumado a só comer bonbons e presuntos...