leste muito romance, e nunca leste o teu coração. Puniste depois o Ribeiro que te seduziu e o Pinheiro que te acabou de perder; ao primeiro que te roubou à tua família deixaste uma filha sem mãe; ao segundo que te enriqueceu, empobreceste. Só me resta ver como te castigarás a ti mesma; se não me engano acabas de revelar-me!”
Essa punição de que fala Meneses é o amor que Carolina tem por Luís, e que ele acaba de descobrir; é a ideia do desfecho da ação que se encontra desenvolvida no epílogo; é esse suplício de Tântalo de que falei; esse sentimento que tem vergonha de si mesmo; essa afeição impossível da mulher que se reconhece indigna; é enfim essa paixão odienta da criatura, que vendo-se pela sua falta, pelo seu passado, pelas leis da sociedade, afastada do abjeto que ama, se revolta contra tudo e contra todos.
Meneses é a razão social encarnada em um homem; ele respeita a sociedade até mesmo nos seus prejuízos e nas suas exigências ridículas; por isso Carolina nos seus arrebatamentos, e nas suas blasfêmias contra a virtude, encontra sempre a palavra severa do jornalista que, às vezes esquecido do lugar em que está e das pessoas que o ouvem, deixa-se levar pelos seus sentimentos de honestidade. Imitação do tipo Desgenais, ele tem uma diferença notável; não procura corrigir a sociedade, não a