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Página:As asas de um anjo.djvu/85

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CAROLINA – O quê?

PINHEIRO – Faça que o acaso se torne uma realidade; que esta noite de esperança se transforme em anos de felicidade! Aceite o meu amor!

CAROLINA (rindo.) – Para fazer o que dele?

PINHEIRO (idem.) – O que quiser: contanto que me ame um pouco. Sim?

CAROLINA – Não.

PINHEIRO – Por quê?

CAROLINA – Amor por amor já tenho um; e este ao menos é o primeiro.

PINHEIRO – O meu será o segundo e eu procurarei torná-lo tão belo, tão ardente, que não tenha inveja do primeiro.

CAROLINA – Já me iludiram uma vez essas promessas quando eu ainda via o mundo com os olhos de menina, hoje não creio mais nelas.

PINHEIRO – Não tem razão.

CAROLINA – Oh! se tenho! O senhor diz agora que me ama por mim, para fazer-me feliz, para satisfazer os meus desejos, os meus caprichos, as minhas fantasias. Se eu acreditasse nessas belas palavras, sabe o que aconteceria?

PINHEIRO – Me daria a ventura!

CAROLINA – Sim,