Página:Atravez do Brazil (1923).pdf/143

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me agora... É natural que, se voltar, ele vá imediatamente procurar-nos na venda; e, como ninguém sabe que estamos aqui, pode ficar sem notícias...

E, voltando-se para a rapariga:

— Por onde se vai para a venda? — é longe daqui?

— É muito perto. Já lhe mostro o caminho.

Maria das Dores levantou-se, e saiu acompanhada de Carlos. Foram até a porta da casa. O dia estava lindo e quente. A soalheira ardia.

A casa ficava num declive, na parte mais baixa. Em frente, havia o morro, de terra vermelha, pedras e barro, coberto de um mato ralo, de árvores crestadas e capim escasso, onde algumas cabras pastavam. À direita, havia um mato fechado; à esquerda, uma extensa plantação de mamoneiras e algodoeiros. Defronte da casa, no sopé do morro, levantavam-se algumas paineiras, altas e copadas, que espalhavam em torno uma larga sombra.

— Olhe! — disse a rapariga, estendendo o braço — siga por este caminhozinho, suba o morro, e depois desça: há de achar duas veredas. Tome a da esquerda, que vai dar na estrada real. Siga sempre para a esquerda, que há de logo encontrar a venda; se quer, vou acompanhá-lo...

— Não, não é preciso, disse Carlos. E pôs-se a caminho.

— Maria das Dores voltou para junto de Alfredo. Este, assim que soube que o irmão fora à venda, exclamou: