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XLI. LIVRE!

Era já noite fechada; mas a lua ainda não despontara. Havia, apenas a claridade dos milhões das estrelas, em um céu límpido e profundo. Juvêncio pôde divisar bem o vulto dos dois morros pelados, ao outro lado do caminho; e, sem demora, orientou-se, tomando a direção do Angico. Vestiu as calças, que ainda trazia à cintura, e partiu. Ia trêmulo, de susto e de fadiga, mas era todo atenção; não caminhava, voava.

Antes de meia hora de marcha, ouviu, atrás de si, um tropel; parou e agachou-se na sombra de uns arbustos espessos, à beira da estrada. Era um cavaleiro, a galope curto, e seguido de perto por um homem a pé, arquejante, a correr para acompanhar a montada. Falavam, mas Juvêncio não percebeu o que diziam. Passaram; e o rapaz, por precaução, deixou-se ficar ainda um pouco ali, a ver se vinha mais alguém. Ao cabo de uns dez minutos sussurraram vozes, que vinham do mesmo lado; Juvêncio desceu o rosto até o chão, olhou na direção das vozes, e pôde lobrigar, assim, dois vultos de homens. Aguçou então o ouvido: