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— “...dizer ao senhor coronel... amanhã... Zé Pedro...” — diziam as vozes, que se aproximavam, tornando-se de todo distintas:

— “Zé Pedro e Barroso foram para os lados do Joá, para tirar indagações; e nós vamos para o Angico, porque sou de lá; minha mãe mora lá, e tenho lá o meu padrinho, o Bento Função. Se o ladrãozinho partiu para ali, nós o apanharemos. Basta que ele passe por lá, para que se tenha notícia...”

juvêncio compreendeu que era dele que falavam os homens; e apurou mais o ouvido, arrastando-se, agachado, por entre as moitas, para apanhar mais alguma cousa:

— “Daqui a duas horas estaremos no arraial; iremos à casa de minha mãe, e bem cedo teremos notícias”.

Então, Juvêncio não quis ouvir mais; deixou que os dois homens tomassem a dianteira, e seguiu-os a uma certa distância, avistando-os de longe em longe. Chegado ao arraial, viu que seguiam na direção da venda, e tomou para a casa das lavadeiras, a ver se estas lhe poderiam dar notícias de Alfredo e de Carlos.

Bateu, e foram grandes a surpresa e o espanto de todos, quando o viram entrar, ofegante, pálido.

— Dá-lhe um pouquinho de água! — acudiu o dono da casa.

E era preciso: Juvêncio estava quase a desmaiar: fraqueza, susto, alegria, cansaço, dores... Passou o pasmo do primeiro momento, e ele contou a história toda; terminou, repetindo o que