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LXII. NA RUA DO OUVIDOR

A Avenida Central, deslumbrou os dois meninos.

A grande artéria urbana, com quase dois quilômetros de comprimento, e ladeada de magníficos prédios, parecia-lhes uma cousa ideal, uma fantasia, um sonho. E Carlos pensava, ao contemplar tantos palácios, tantas luzes, tanta beleza, na singularidade das aventuras que lhes aconteciam havia pouco tempo, e no contraste entre os deslumbramentos da cidade civilizada e a simplicidade dos rudes sertões por onde tinham andado perdidos...

Alfredo abria a boca, espantado; e chegou a pensar que o estavam enganando, quando lhe disseram que, para construir a Avenida, fora preciso demolir quinhentos e cinqüenta prédios da cidade!

Um outro ponto do Rio de Janeiro, que os interessou vivamente, foi a rua do Ouvidor. Por toda a parte tinham ouvido falar dela, e ambos tinham uma grande vontade de conhecê-la.

Em certa altura, Carlos, atônito, lançou um olhar para a outra extremidade da rua, e estremeceu: a multidão, que via diante de si, fez-lhe