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LXX. O PROGRESSO PAULISTA

Na sala do hotel, esperando Rogério, os dois pequenos viajantes já cochilavam, quando a sua atenção foi despertada por uma voz afetuosa:

— Então, já viram toda a cidade?

Era o companheiro de viagem, o engenheiro de minas, que lhes dera tão boas informações sobre o ouro e os diamantes de Minas Gerais.

— Quase nada pudemos ver; — respondeu Carlos; — e, como devemos partir amanhã cedo...

— Pois é pena. São Paulo possui muita cousa digna de ser vista: magníficos jardins, esplêndidas casas, bairros novos já muito animados, e muitas boas escolas. O progresso desta terra nunca cessou. A imigração italiana tem dado grande desenvolvimento à lavoura, e as cidades do interior desenvolveu-se continuamente.

A um lado, na sala do hotel, alguns outros hóspedes conversavam em voz alta. Via-se que eram fazendeiros. Falavam do preço do café e da abundância da colheita naquele ano. Um deles dizia que a produção ia ser talvez de vinte milhões de sacas de sessenta quilos: mais da quarta