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XIII. UM NOVO COMPANHEIRO

Carlos reanimou-se... Houve um silêncio, e, depois, a voz, já mais perto, repetiu a copla. Daí a pouco, assomou na estrada um viajante.

Era um rapazinho de dezesseis ou dezessete anos, vestido à moda do sertão: camisa de algodão grosso branco, paletó e calças de algodão riscado, sapatos e chapéu de couro vermelho. O tipo era simpático, moreno, entre caboclo e mulato, — de rosto largo, boca rasgada, olhos vivos e inteligentes. Alfredo quase ficou assustado, quando o viu perto de si; mas o tom de voz do viajante logo dissipou todos os receios:

— Que é isso? O menino está doente? — perguntou ele a Carlos.

— Não. Está muito cansado, e com muita sede. Não haverá aqui perto uma casa, um abrigo qualquer, — ou ao menos uma fonte?

— A falar verdade, não sei, porque não conheço estas paragens, e nunca por aqui me perdi: mas é impossível que não more alguém por aí fora... Quanto a água, ainda tenho um bocado na cabaça...

E, tirando a cabaça, que trazia ao ombro presa à extremidade de um cacete, entregou-a a Carlos. E continuou, indicando o sul: